Fale conosco

Image Alt

A realidade aumentada nas operações prediais

A realidade aumentada nas operações prediais

Como aplicar a realidade aumentada nas operações prediais?
Big data, IoT, machine learning, cloud, virtual e augmented reality. Os termos estão sempre presentes em debates sobre o uso de novas tecnologias na indústria 4.0. Mas como viabilizar e aplicar essas soluções no dia a dia das operações prediais?

 

Embora haja especulações sobre o quanto as novas tecnologias podem facilitar as operações prediais, os custos de desenvolvimento e uso no mercado ainda são elevados. Talvez por esse motivo, poucas empresas invistam, de fato, nesses recursos ou, quando o fazem, não contam com orçamentos dedicados a essa finalidade. O motivo mais comum é: “Nós não planejamos isso em nossos projetos, instalações, equipamentos e budgets.”

 

 

Sobre os desafios do mercado

A Augmented Reality (Realidade Aumentada) é um exemplo desse desafio. Aplicar essa tecnologia implica criar modelagens específicas em 3D e adquirir visualizadores smartglass, tablets ou celulares. Talvez por isso vemos que ainda é “tímida” a aplicabilidade desse recurso em edifícios. Fornecedores e empresas falam sobre a “visão” dessa tecnologia dentro do mercado, mas poucos parecem colocá-la em prática. Empreendimentos de pequeno e médio porte, sem investimentos ou dotados de baixos orçamentos, estão instruídos a reduzir custos e a economizar. Como adotariam, portanto, uma solução como essa?

A falta de energia, água e indisponibilidade dos principais equipamentos de uma instalação também podem causar grandes prejuízos nas operações de edifícios. Apesar das contingências – como geradores, equipamentos backups e instalações redundantes – estamos sempre suscetíveis a falhas. E nesse tipo de situação, como operar esses equipamentos para minimizar erros durante emergências, quando a ação humana, por meio de operações e manobras, é fundamental para o restabelecimento de um sistema?

Padronização de processos na prática

Nesse contexto e em busca da confiabilidade dos processos, surgiram os Procedimentos Operacionais Padrão (POP). Trata-se de um documento organizacional que traduz o planejamento do trabalho a ser executado. É uma descrição detalhada de todas as medidas necessárias para a realização de uma tarefa, o que também envolve a intensificação de treinamentos com os colaboradores in loco. No entanto, equipes profissionais em campo enfrentam dificuldade de aprendizagem, o que pode levar a erros de interpretação. Extensos fluxogramas e manuais impressos podem não levar aos resultados esperados.

Pequenas iniciativas + simplicidade = sucesso

Surge, então, a oportunidade. Escolha um caso de uso simples com valor expressivo e que possa ser uma vitória rápida, como a resolução de um problema significante para a operação. Execute incansavelmente e concentre 100% da sua atenção em fazer isso bem. Não desanime no primeiro fracasso. O sucesso de um projeto simples aumentará visibilidade e o comprometimento de todos.

Visualize sua ideia antes de executá-la

Não é novidade que a maioria das pessoas hoje tem um perfil chamado de “visual learner”. Uma pesquisa conduzida pela 3M mostrou que o cérebro processa imagens 60 mil vezes mais rapidamente que textos. Ao colocar som em movimento, esse poder de absorção aumenta ainda mais, pois a tendência a aprender em ambientes multissensoriais é maior. E, cá em entre nós, quem nunca buscou tutoriais nas grandes plataformas de vídeos ao invés de ler textos imensos na web?

 

Não há dúvida, portanto, que o audiovisual tenha se tornado uma ferramenta de massa. Seguindo essa tendência, já existem hoje em São Paulo prédios que tiraram do campo das ideias (ou dos filmes de ficção) e deram o start up inicial em suas operações. Aplicaram a AR e o audiovisual em seus procedimentos operacionais e, o melhor, com baixos custos. Mas, como essa proposta funciona exatamente?

Realidade aumentada e audiovisual: caso de sucesso

A solução baseia-se na exibição de vídeos da operação e de manobras dos equipamentos com auxílio de uma plataforma em AR Augmented Reality (Realidade Aumentada). Smartphones e tablets são usados como visualizadores. Até porque, atualmente, são de fácil acesso a todos. O operador abre o aplicativo, direciona o celular a uma imagem do equipamento ou área, o sistema reconhece as características (como um QR code) e reproduz o vídeo do procedimento.

 

Caso o técnico prefira, há também a possibilidade de visualizar o vídeo diretamente sob o equipamento, orientando o celular na mesma posição que foi definida na imagem. Desse modo, o sistema repete o processo, possibilitando a assistir o vídeo. Todo material audiovisual é disponibilizado na nuvem, o que permite acesso dos técnicos para eventuais treinamentos em outros locais.

 

Estudos mostram que nosso cérebro aprende absorvendo 10% daquilo que lemos, 50% do que vemos e ouvimos, 80% do que fazemos e quase 95% ensinando alguém. A utilização dos vídeos em AR Augmented Reality (Realidade Aumentada) pode beirar a faixa dos 50% de assertividade e confiabilidade. Treinamentos dos técnicos em campo, que antes eram ineficientes e pouco proveitosos, agora podem propiciar um aumento significativo de ganhos.

 

Itamar Velo é graduado em Tecnologia em Eletricidade pela Universidade Mackenzie e pós-graduado em Administração da Produção pela Faculdade Escola e Comércio Álvares Penteado (FECAP). Também é gerente de manutenção na Temon Serviços.
Contato: itamar.velo@temon.com.br

 

Gustavo Nascimento cursa o último ano de Tecnologia em Mecânica em Projetos na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), além de Assistente de Engenharia na Temon Serviços.
Contato: gustavo.nascimento@temonservicos.com.br